segunda-feira, fevereiro 26, 2007

De volta ao planeta dos macacos...

Nua - Samuel Roder

Carnaval maravilhoso esse.....

Muito bom... Conheci pessoas novas, encontrei pessoas antigas... Despertei paixões e reacendi algumas outras adormecidas... Beijei, e fui beijada... Beijei por beijar e beijei com sentimento... Senti calor, amor, paixão, ilusão... Loucura de verão... E de outras estações... Conheci pessoas muito legais, e outras nem tanto, porém, todas agradáveis... Agora, cá estou eu novamente... Com meus pensamentos desvairados, minha mente insana e curiosa, minha vontade de beber um barril cheio de vida... Vida nova começando agora, tudo é novo, menos eu... E minhas lembranças... E minhas marcas... E meu caráter... E o que sou... Estou de volta... Para alegria de uns e desespero de outros....rsrsrs... Fazer o quê, né, gregos e troianos???


sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Estado Atual

Cheguei ontem...
O treinamento foi ótimo, super apertado, super exigente, super agressivo, super... Super legal, conhecer tanta gente nova, gente de todo o Brasil, com pensamentos e culturas diferentes... Eu amo as diferenças... Acho impressionantemente lindo como as pessoas podem ser diferentes, cada uma com uma história, uma ação e reação, um modo de viver a vida... Cada um com uma cor predileta, com uma opinião sobre Strogonoff, com um dom... Seja musical, artístico, poético, dom da fala, dom da escrita, dom de amar... Acima de todos, meu maior dom... Amo o vento que sopra meus cabelos, amo o sol que me queima a pele, amo o cheiro de uma árvore que só floresce no verão e que nunca soube seu nome... Chamo de cheiro "verde"... Amo pensar na vida, na minha, na dos outros, na das pessoas que nem existiram...
Apesar de conhecer todas essas pessoas interessantíssimas, pensei muito em alguém... Alguém que nunca foi meu e que nunca será, mas que ainda faz parte dos meus desejos... Senti um vazio enorme durante esses dias... Durante os dias tudo era mais fácil, pois sobrava estudo e faltava tempo, mas à noite... Com a cabeça no travesseiro, o único momento que tinha pra pensar em "mim" mesma... Mim = Eu = Eliane = Ser Humano... Sentia sua falta, sentia falta de momentos lindos, e felizes, e engraçados, e não tão engraçados... Momentos de vento nos cabelos, momentos de cabelos molhados e totalmente embaraçados por falta de condicionador....rsrs... Momentos de longas conversas dentro de um carro após as aulas... Falta de um único momento em que um telefonema mudou tudo que estava sentindo... Aquele momento foi muito importante... Estava chorando desesperadamente e me sentindo muito mal... Aquela ligação foi muito importante... Mas... Antecedeu a morte de um sonho bom... Seu nome ressoa em meus ouvidos... Suas iniciais me fazem rir do destino... E chorar tranquilamente de saudade... Cheguei a dizer que nunca desistiria de você, mas preciso admitir que não consigo ver tudo isso acontecer...
Foi muito bom... Bom demais... Bom até demais, creio que sim... Impressionante como podia ser bom, porque tinha de tudo pra não ser nem um pouco bom...rsrs... Essa é a vida e seus mistérios... Seria cômico se não fosse trágico... Acho que deveria rir da situação... Estou rindo... Rindo desesperada e loucamente... Bom, é isso...
Beijos...

Voltei...

Deolinda Mello

Sobre o Mar
Flávio Venturini


Pescador sorriu pra mim

Eu mergulhei na imensidão

Deu vontade de te achar

Encontrar você numa canção

O sol dançou, e mergulhou

A estrela respirou

Acordou, acordou

Alguém cantou e me desejou

Lá no fim do mar cantou

Me chamou, me chamou

Eu deixei no mar o meu olhar

De solidão

Quando eu te encontrar eu vou

Te dar

Meu coração

Sempre que eu lembrar eu vou

Cantar

Esta canção...


sábado, fevereiro 03, 2007

Sendo egoísta... Tempo pra mim mesma...

Olá queridos amigos, que, não sei porque cargas dágua, vieram parar acidentalmente nesse blog, ou não, e não sei mais se acidentalmente, voltaram...
Quero agradecer a consideração caridosa por essa pobre alminha... Me sinto um pequeno Beija-Flor, dentro das mãos de alguém muito superior, e tentando se soltar, tentando respirar, tentando viver... Esse alguém se chama tempo... Me lembro exatamente da minha festa de quinze anos...Só voltei a comemorar agora, 10 anos depois... Putz... 10 ANOS??? Como o tempo é ingrato... Como se adianta nos momentos de prazer e felicidade... Como se arrasta nos momentos tórridos e angustiantes... Como nos maltrata com a tal ansiedade... Como se vai sem avisar... E vai... Vai... A única coisa que nos resta é a lembrança... Do avô que se foi pro céu... Do casal que se separou... Do tio distante que agora está mais distante ainda... Da criança que não é mais criança... De acordar de manhã e não enxergar nada por causa da neblina, sentindo aquele cheiro maravilhoso de curral, ouvindo o barulho das vacas mugindo sendo ordenhadas... Cheiro de café doce vindo do fogão a lenha... Você já se sentou com o pé no fogão pra esquentar??? Contando causos mineiros e rindo do medo É fantástico... E não volta mais... O tempo levou... Subir a montanha correndo e escrever os nomes no Jequitibá... Viajar de Bh a Mato Grosso ouvindo a mesma fita de sertanejo tocando, e mesmo assim amar incondicionalmente seu pai...rsrs.... Tirem-me tudo.. Mas isso é impossível me tirarem... Está cravado dentro de mim, de minha memória... E mesmo que algum dia eu a perca, não a perco pra ninguém... São minhas essas lembranças, são minhas essas sensações, são minhas essas marcas e cicatrizes... Essa é a única coisa que tenho e que ninguém pode se apossar... Eu sinto, eu amo, eu corro, eu jogo, eu choro, eu caio, eu levanto, eu apanho, eu bato, eu vou, e volto... Eu vivo... rs
Peço desculpas, gostaria de escrever muito mais, mas meus olhos insistem em se fechar...
Além do mais... A louca jogou tudo pro alto... Decidiu aceitar uma nova proposta e se mandou pra Goiânia, de onde retorna somente no dia 14/02, se retornar... Me esperem, tá?!
Beijos

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Aparição Amorosa

Renzo Gori

Aparição Amorosa


Doce fantasma, por que me visitas

como em outros tempos nossos corpos se visitavam?

Tua transparência roça-me a pele, convida

a refazermos carícias impraticáveis: ninguém nunca

um beijo recebeu de rosto consumido.

Mas insistes, doçura. Ouço-te a voz,

mesma voz, mesmo timbre,

mesmas leves sílabas,

e aquele mesmo longo arquejo

em que te esvaías de prazer,

e nosso final descanso de camurça.

Então, convicto,

ouço teu nome, única parte de ti que não se dissolve

e continua existindo, puro som.

Aperto... o quê? a massa de ar em que te converteste

e beijo, beijo intensamente o nada.

Amado ser destruído, por que voltas

e és tão real assim tão ilusório?

Já nem distingo mais se és sombra

ou sombra sempre foste, e nossa história

invenção de livro soletrado

sob pestanas sonolentas.

Terei um dia conhecido

teu vero corpo como hoje o sei

de enlaçar o vapor como se enlaça

uma idéia platônica no espaço?

O desejo perdura em ti que já não és,

querida ausente, a perseguir-me, suave?

Nunca pensei que os mortos

o mesmo ardor tivessem de outros dias

e no-lo transmitissem com chupadas

de fogo aceso e gelo matizados.

Tua visita ardente me consola.

Tua visita ardente me desola.

Tua visita, apenas uma esmola.

Carlos Drummond de Andrade